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Há muito muito tempo...esta sou eu e não tenho tempo para mudar. Nem quero.

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....era eu uma pré-aposentada sem "nada para fazer" - isto para brincar com aqueles que julgam que os aposentados e reformados deixam de ter fases: ou fazes ou não fazes nada - e a minha filha tinha um blogue onde eu comentava já com o meu célebre "avogi", e como já tinha Pulgas (sempre tive melhor dizendo), além da minha tia-velha, uma grande Pulga e que foi o mote para este  blogue, decidi escrever as minhas peripécias. Quem é novo por aqui não se lembra da minha tia-velha, mas ela deu origem a muitas publicações​ hilariantes devido à sua idade e esquecimentos (ali na etiqueta: "titia"). Oras... e horas passadas aqui neste meu humilde casebre. Tantas mas tantas alegrias (e tristezas mas isso são aqueles carrapatos de estimação que tenho grudados nas pernas)... Pois bem, são oito senhores e senhoras são oito anos a escrever neste meu projecto. São oito anos a relatar acontecimentos do dia a dia. Por isso meus amigos que todos os dias ou dia sim dia

A tia-velha tinha razão

Nestes dias em que não dou uso à língua, para falar entenda-se, lembro-me da minha tia-velha. E porquê, perguntam as minhas darlingues ? Eu respondo já de seguida. Falo sozinha. É isso. Falo com Moi-Même a todo o momento. Assim como a tia-velha (que Deus a tenha em descanso) falava com os seus alfinetes. "Agora vou fazer um café", "vou só estender a roupa e depois vou ali abaixo", "se calhar é melhor sentar-me um pouco", "tenho de engomar, mas não tenho pachorra", "ai, tou tão cansada!", "tanta coisa pa fazer!..." A coisa agrava-se se estou a ver algum programa na televisão; dou por mim a  fazer carrancas, modilhos. "O quê?", "tás tonto, tu!", "vai levar no pacote", "vais ter, vais", "pega lá seu..." (e faço aquele gesto português) coisa que eu não fazia pois mantinha-me serena, atenta ao desenrolar da história. Prontes, é isto e não passa disto. Estou entrando na meia-

Um ano

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Um ano de saudade da minha tia-velha. Não há dia nenhum que não me lembre dela. A saudade  mói enquanto não mata. Descanse, com os anjos e olhe por nós desde aí. Que permaneça no lugar que merece. Um ano! Ainda não me refiz da saudade, da lembrança dos dias passados. Desculpe, era a palavra mais usada por ela pois que era asneira atrás de asneira, e sabe, titia, tenho saudades. Da sua companhia, das asneiras, de si. Até sempre. Fotografia: a tia-velha . Este jornal era lido todos os dias e todos os dias se admirava com as notícias. Como se fosse a primeira vez!

E hoje...

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...A tia-velha faria 87 anos se não tivesse sido chamada à presença do Senhor! Lembro-me de uma frase que me dizia sempre que fazia uma asneira: Não me podes perdoar? E nem acabava a frase e já fazia outra. "O perdão é o esquecimento completo e absoluto das ofensas, vem do coração, é sincero, generoso e não fere o amor próprio do ofensor. Não impõe condições humilhantes tampouco é motivado por orgulho ou ostentação. O verdadeiro perdão se reconhece pelos atos e não pelas palavras." In Wikipédia . Fotografia: Tia-velha, no quintal, onde passava os seus momentos de lazer. Que descanse em Paz. Nunca a esqueceremos.

Obrigada

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Agradeço os comentários deixados no anterior artigo. Saibam que as palavras chegaram ao coração. É sempre reconfortante saber que temos alguém que de uma forma ou de outra sente como nós. A tia-velha partiu, mas a sua memória  fica aqui registada. E naqueles dias em que a tristeza invadir não há como ler as peripécias da tia-velha e assim relembrar a forma como viveu. A meu ver teve uma vida preenchida e preencheu a vida de todos nós. E por que a vida segue, depois de uns dias de luto, há que cuidar dos vivos. Não serei fria como Marquês de Pombal e usando a sua frase: "mortos ao chão, vivos ao pão", mas entendo que há que seguir em frente, lembrando o passado recente. Por isso, lentamente, entro... Obrigada mais um vez, mais tantas vezes. Sempre.

Tia-velha

A tia-velha partiu às quatro da manhã. Deu entrada no hospital pelas 21 horas acabando por falecer de madrugada. Neste momento encontra-se ao lado dos seus ente-queridos: a mãe, o pai, a sua mana (por quem chamava todo o dia para ajudá-la) irmãos, marido e sobrinhos. Que o Céu a receba com todas as honras a que tem direito. Descanse em Paz. Até um dia...

Oito horas

Hoje é o dia da tia-velha regressar a casa. - Espere em casa que a ambulância vai levá-la. - Disse a enfermeira ontem. (Não sei se já estava farta do meu cheiro por isso aconselhou que seria melhor esperar em casa ou então previa que ia demorar.) Oito da noite e ainda não chegou. E continuo à espera - Quando ela sair daqui (do hospital) ligamos. Ando com o telemóvel na mão desde manhã, podia dar-se o caso de ser logo pelas oito da manhã, mas pelos vistos... Estou em constante movimento, arruma aqui-desarruma ali, limpa ali-suja acolá, num rodopio e corropio que mete dó...ao dó. De certeza que a melhor forma de esperar será sentada ou deitada. Será que vem pelas quatro da manhã como quando foi de um hospital para outro? Novamente dificuldade de transporte? Ou... já nem sei o que pensar. Chegou pelas 21 horas. Muitas horas à espera de transporte. É o Serviço de Saúde da Madeira (ou SESARAM) que temos, não que merecemos. Pois nós merecemos muito mais. Uma vida repleta de  descontos

A tia-velha está melhor

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Fui falar com a médica para me inteirar da situação da tia-velha. Ela disse-me estas palavras: "a sua tia entrou aqui no hospital para morrer, com uma infecção muito grave. Posso dizer-lhe que ela deu um pontapé na Morte". Também comunicou-me que teve alta. Ainda lhe disse que devido a não comer ao vir para casa ficaria sub-nutrida e desidratada. A médica responde-me que quando/ou se isso  acontecer volta a trazê-la ao que eu respondi: "Mas ela já está cá! Para que vou levá-la e trazê-la?" A alta foi dada, e segundo a médica, "por ter mostrado vontade em ir para casa". E se ela mostrasse vontade em ir para o Brasil? A tia-velha que nem sabe onde está.  Nesse mesmo momento em que teve alta, eu passei-lhe a baixa. Sim, que ao ver a tia-velha constatei que estava igual. Ou seja, não vi melhoras. A médica tinha suspendido toda a medicação, o oxigénio, o soro, o antibiótico porque: "estava boa para regressar ao seio familiar". Até me ri da situaç

E hoje...

..Por esta hora estaria eu no Porto a abraçar o mê bisalho e a enxugar-lhe as penas, que pelo que sei chove canivetes e navalhas por lá. E íamos em pacote familiar (avós e Pulgas) fazer um giro pelo Norte e centro de Portugal. Mas a tia-velha... (o resto já sabem).

Pensamento meu (dar e receber)

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A minha vida deu uma volta, não de 360º (como a do Futre) mas de 180º. E aquelas pedras que pensava eu mulher sonhadora e iludida que nunca viria encontrar eis que num de repente rolam aos meus pés. Não sendo eu Fernando Pessoa, daí que não as apanho para um dia construir um castelo, afasto-as do meu caminho, mas como estou em ladeira a pique, elas rolam nos meus pés e perseguem-me. Tropeço em cada pedra, e aos   tropeções, iço-me para novamente tropeçar. Sentimentos como: desilusão, desconfiança, orgulho, egoísmo apareceram assim como ervas daninhas num dia de chuva. Por mais que arranque, elas teimam em aparecer. De uma coisa tenho a certeza: quanto mais se dá menos se recebe. E julgava eu (parva que eu sou) que se recebia na medida que se dava! E nos momentos de pausa ao lado da cama da tia-velha lendo um novo livro quedo-me nos meus pensamentos: Será que alguém recebe mais do que dá?  Esse alguém, com toda a certeza, não sou! Nem a tia-velha! Fotografia Frutos de Verão

Esta tia-velha mesmo imobilizada tira-me o juízo!

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E enquanto a tia-velha dorme, eu trinco ameixas e pêssegos alternando com meias papaias comidas à colherada. Ela só dá pela minha presença quando lhe enfio as papas ou sopas de pão com leite pela goela abaixo; aí sim, abre os olhos e dá com a mão na colher que num ápice vai bater aos pés da cama. Mas come. Abro-lhe a boca com uma mão e de colher em punho na outra, enfio-lhe o pão ensopado (que a mim faz-me impressão dar-lhe, por não gostar eu, de pão molhado). Mas, como ela faz carranca substituí o pão ensopado pelo iogurte. A cena repete-se. Depois vem as frases: burra de merda (é agora o meu nome), tonta, teimosa. E bate-me. Bem, eu que sou Love Peace and Happiness não gosto que me batam, atravesso-lhe os olhos e pára...até nova "selampada" na minha mão. Mas está melhor! ( Eu não acho, mas o médico acha) OBRIGADA a todos pelo carinho enviado através dos comentários.

Enquanto...

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 ...A tia-velha dorme... Eu delicio-me com estas vistas. Da janela do quarto, lá no Hospital dos Marmeleiros, é assim o Funchal. Visto do Monte, a cidade parece um mosquito. Lá longe, muito longe. E lá em cima um fresco saudável, onde o ar que entra pelas narinas até dói. Como dói o resto! A tia-velha continua...

Só de raspão para dizer que...

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...A tia-velha está hospitalizada. Uma infecção renal juntamente com hipotermia mais uma descida incontrolável da glicémia além da diarreia constante e falta de oxigénio faz com que esteja numa cama de hospital desde sábado passado. O quadro clínico não é agradável. Gostaria de acreditar que terá melhoras, mas pelo que vejo e sendo eu uma pessoa que nada percebe, apercebo-me que não está bem. As tardes têm sido passadas ao seu lado apesar de nem se aperceber que eu lá estou. Quando regresso a casa só me apetece relaxar. Quero só dizer que as minhas visitas pela grande esfera blogótica estão amorfas assim como eu. E usando uma frase que a tia-velha dizia muito nestes últimos tempos: "não tenho valor!" ou "não tenho cabeça!" Por isso não se admirem que não me verem por aqui. E aceitem as minhas desculpas, sim, por não fazer as visitas do costume. Caramba, é de mau tom não visitar os amigos e aqueles que me visitam. De qualquer forma darei notícias da tia-velha

Para quem não a conhecendo e não sendo familia se preocupa com ela...

... Porque há quem a conheça e sendo família não se preocupa. Está acamada. Só se levanta para as suas necessidades fisiológicas que ao longo do dia vou-lhe lembrando. Senta-se na cadeira de rodas improvisada para o efeito (as cadeiras manuais ou electrónicas não servem, pois que não tem forças para as movimentar autonomamente e assim sendo teria de ser eu; ora, não é nada que uma cadeira de escritório não faça) e vai alternando com a cama, casa de banho, sofá e cozinha. Ela pesa 40 quilos para quem já pesou 90 é obra, por isso pego nela para colocá-la na sanita, no banho, na cama. Vem à mesa na cadeira, empurrada por mim, para as refeições excepto o pequeno-almoço que é um iogurte ao qual come metade por suas mãos e o resto já dado por mim. O almoço (duas colheres de sopa) é comido à mesa da cozinha. Durante o dia bebe água não o suficiente para na manter hidratada, pois fá-lo aos "poucochinhos" aos "coisinhas" como pede. Por ela passaria o dia na cama só que nã

Pai, perdoai-me porque pequei! E vou pecar mais!

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Acabei de dar uma palmada no antebraço da tia-velha, mas digo, ela mereceu e merecia mais, quiçá, uma malha de fio de luz dobrado, de correia ou ainda de cinturão do quartel ( ui , este arrepia-me lembro-me do meu irmão que  levava e não endireitava, era sempre um vasilha-torta). Estávamos à mesa no almoço. Ela puxa da manga do robe e limpa o nariz; olha para mim eu finjo que não vejo, mas como tenho visão panorâmica, nada escapa. Logo de seguida, e porque eu não vi a primeira, puxa da gola do vestido (limpo, fresco, vestido de manhã) e ...limpa o nariz. Ainda não está acabando o serviço, já tá levando no antebraço. Tungas, a preceito, calhou bem e até fez barulho. E fico a olhar para ela e ela para mim. Digo-lhe: "Isso faz-se?" Encolhe os ombros como se fosse a coisa mais natural do mundo e eu é que estivesse errada! Querem ver que o diacho da tia-velha vai fazer outra vez? Na próxima leva de sapato. Por isso, quem quiser me acusar de maus tratos nos velhinhos eu..

E para quem segue as peripécias da tia-velha

 A tia-velha foi ontem (quinta-feira) para o hospital pelas 16:30 por estar constantemente a vomitar... e desidratada. Passou a noite em observações. Teve alta pelas 13:40 de hoje (sexta-feira). Esteve esperando, desde que lhe foi dada a alta hospitalar, pelo serviço de ambulância para regresso a casa uma vez que não tem mobilidade, até às 19 horas. Não muito, mas...bastante. Estavam 7 utentes à espera do mesmo serviço!

Se me lembrar...penso e devo pensar quando me lembro

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A tia-velha dizia ao deitar portanto, ontem à noite, que sabia...e dizia ela: "eu sei que dou muita maçada; sou chata; teimosa; tenho a língua afiada; sou confiada" (ora se sabe!) e a tudo eu dizia muito, bastante. Ripostou ela: -  Pensas que eu não sei? - Sabe? - pergunto-lhe admirada! - Eu sei. E penso muito nisso! - Com cara de quem tem a certeza e sabe do que fala. - Pensa? Logo ela que não pensa em nada, que tem tudo feito, nem sabe dias nem horas, se é de dia ou noite. Que até para as sua necessidades fisiológicas sou eu que lhe lembro para as ir fazer... Que só sabe pedir água, água...(ainda vai criar rãs no estômago, mas enfim...) E continuava eu: - Mas, Pensa? Quando?- Esperava que me dissesse : "à noite na cama quando me deito", ou "sempre"..."muitas vezes"..."todo o dia" ou ainda "quando te vejo esbaforida com tanto trabalho!" Resposta dela.- Quando me lembro! É que deve ser praí uma vez por mês. E eu

E se não tenho não posso dar...e sai um "quilho" de pachorra à cobrança

A tia-velha perdeu os dentes novamente, pela milésima vez, mas desta feita disse-lhe: "vá procurar, tem todo o dia para encontrar." - Não tenho pachorra - responde-me. E atravessa os olhos logo depois de limpar o nariz nas mangas da camisola. (Irra como fico fula com esta atitude!) Olha, e eu...como não tinha ali à mão, nem na gaveta havia um grama para lhe dar, nem na venda do Ti Zé do Cabeço, aquela que fica na cruz do caminho, porque houve uma ruptura no stock (de "pachorra", claro)... então comeu sem dentes. Não lhe fez falta nenhuma. Tamém era só engolir! Tem dias que só me apetece esgaçá-la. Principalmente nos dias, como o de hoje, que contraria-me em tudo, desde o nascer do sol até o acaso. E agora que o ocaso chega depois das nove!... Eu não disse que me apetecia deitar as mãos às go(e)las de alguém? "Fujem, desmarquem-se da minha trás!"

E levou uma selampada na cachada do rabo para aprender!

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Estava a tia-velha no poliban e eu a esfregar os fundilhos pois havia feito uma buseira monumental que foi necessário uma lavagem de interiores e claro estava agachada...eu, que ela estava agarrada aos varões canão espalha-se pelo chão e tenho de andar a juntar os bocados, e como dizia estava eu agachada com o nariz na zona do cano de escape quando escapa um som assim como um trovão. Não foi um fó-fó , nem um "traque" nem mesmo um pum , nem peidinho, nem tão pouco um vento, foi um grandessíssimo peido nas minhas ventas. Calha bem que foi só som, não veio molho nem cheiro. -Titia o que é isso? Já não há respeito, ou quê? - Expediu.- Respondeu. E assim que disse isto dei-lhe uma "tapona" na "cachada" do rabo. - Aaaai ! Tamééeem! - Queixou-se ela. - Olhe, desculpe! Expediu. E novamente toca a esfregar os "entrefolhos" ainda com mais genica. E ainda há dias me perguntavam se esta tia-velha era invenção minha ou real. Real meus senhores e

Vou transmitir o que aprendi...

... com uma idosa, e vá lá, aprendam também e repassem. É útil, é dois em um.  Como sabem e se ainda não se esqueceram a tia-velha dá cabo dos dentes todos os dias, é mais às noites quando se deita que eles fazem barulho de noite, diz ela, e atão tira-os e tenho de andar a procurar em todos os possíveis sítios onde possa ter guardado; sim, que eles são o seu bem mais precioso e vai daí muda de sítio (deve ser por causa dos ladrões). A quintrodia, disseram-me para colocar um copo com água na mesa de cabeceira e "ensinar" a tia-velha a metê-los lá dentro. Óptima ideia para uma pessoa que tem cabeça, mas para ela, que já perdeu a cabeça e não tem valor, palavras dela... hummm... não sei não, mas como adoro desafios lá pus o copo na mesa expliquei-lhe tim-tim , por tim-tim e a ver vamos. Hoje de manhã pergunta-me onde estão os dentes; faço sinal que estão dentro no copo com água. Maravilha! Ela adorou a ideia. Colocou os dentes na boca e .... bebeu a água de seguida. Nem ti